Confesso a minha obsessão por olhos. Eles são absorventes, transparentes e do tamanho do que é invisível. Derramam tudo o que somos e mesmo aquilo que não queremos mostrar. Os olhos são a minha fraqueza e a minha obsessão, porque nunca consegui fazer dos meus olhos muralhas, sempre foram espelhos.
Não há penumbras nos olhos. Fundem tudo. São o nosso exílio e a porta de entrada para o que nos é mais recôndito. Quem for capaz de atravessar os nossos olhos, fica com a nossa alma à vista. Nem vale a pena conspirarmos.
Sofia Martinho
1 comentário:
Resolvi comentar porque adorei o teu texto que acompanha a imagem. Podia ter comentado noutro local, mas este conjugava duas áreas artísticas de que eu gosto.
Senti pena de ter ficado tanto tempo sem passar pelo teu blogue. Hoje voltei a passar e gostei.
Estás de parabéns... Não sei como consegues inventar tempo para tanta coisa.
Continua! Vou tentar passar mais vezes.
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